quarta-feira, 19 de maio de 2010

APRENDIZAGEM E PRÁTICA

É fazendo que se aprende. A prática é tão importante no processo de aprendizagem que é explicitamente citada em sua definição.De acordo com Magill (1989), a aprendizagem refere-se a uma mudança na capacidade do indivíduo executar uma tarefa, mudança esta que surge em função da prática e é inferida de uma melhoria relativamente permanente no desempenho. Assim, a prática é condição necessária embora não suficiente para que ocorra a aprendizagem.
Estamos caracterizando a pratica como uma atividade organizada que consiste na repetição de uma mesma tarefa ou ação motora. De maneira geral, o comportamento ao longo do processo da aprendizagem pode ser descrito da seguinte forma:
Inexperiente (novato) – nas primeiras tentativas, busca descobrir qual é a tarefa, o que deve fazer para realizá-la, ou seja, busca identificar as características invariantes, a estrutura da tarefa; nesta busca o executante parece descoordenado, com movimentos desnecessários e sem fluência; apresenta uma grande variabilidade de respostas motoras na tentativa de encontrar a melhor solução para a tarefa a executar; verbaliza a seqüência de movimentos; não se detém a detalhes da tarefa e tem dificuldade em identificar, nos estímulos internos ou externos, aqueles que são relevantes para a ação; apresenta uma grande quantidade de erros sendo que os acertos muitas vezes são ao acaso, o que leva a incertezas sobre como deve agir. Intermediário - tentativa a tentativa vai eliminando os movimentos desnecessários, e com isso descobre como economizar energia e tempo; a seqüência de movimentos ganha progressivamente fluência e harmonia; sua atenção se dirige aos estímulos relevantes e busca atender a detalhes anteriormente não percebidos; o controle visual da ação vai dando lugar ao controle cinestésico; o padrão motor tende a se estabilizar; a quantidade de erros tende a diminuir ao mesmo tempo em que sua confiança em como a tarefa deve ser executada aumenta. É importante diferenciar aqui as habilidades motoras abertas e fechadas em relação à estabilidade do ambiente, como proposto por Gentile em seu modelo apresentado em 1972, que é, sem dúvida, um marco na literatura sobre a aquisição de habilidades motoras. A estabilidade do ambiente na execução de habilidades motoras fechadas leva o executante, tentativa após tentativa, a buscar consistência na forma como executa a ação.
No primeiro estágio (novato), o aprendiz simplifica o problema do movimento congelando parte dos graus de liberdade. Para isso ou ele mantém os ângulos das articulações fixos rigidamente ao longo da execução da ação motora ou ele restringe temporariamente ou acopla as articulações de modo que atuem como uma unidade (estrutura coordenativa). Com isso, a “performance” é executada com certa rigidez, sem resposta a mudanças no ambiente da ação.
No segundo estágio (avançado), o executante libera outras articulações que são assim incorporadas em unidades de ação maiores, chamadas de estruturas coordenativas na terminologia da teoria dos sistemas dinâmicos. Neste estágio, as dinâmicas da ação se tornam mais visíveis ao aprendiz na medida em que eles começam a alterar os parâmetros cinemáticos associados com o movimento.
No terceiro estágio (“expert”), o executante continua a liberar outros graus de liberdade, reorganizando a dinâmica da ação até que os graus de liberdade necessários para a execução da tarefa tenham sido todos manipulados economicamente. Este estágio é diferente do anterior no que se refere à exploração de forças adicionais passivas, como a fricção e a inércia, que são externas ao executante, mas inerentes à situação em que o movimento é executado.
Dependendo do estágio de aquisição que o aprendiz se encontra, um dos processos seria momentaneamente responsável pelas mudanças no comportamento. Os argumentos são muito diferentes quando buscamos explicar a natureza das mudanças e prever o comportamento. Os diferentes referenciais teóricos geram diferentes questões. Se utilizarmos o referencial da Teoria do Processamento de Informação aplicada ao estudo do comportamento motor, as questões estariam relacionadas com o efeito da prática na quantidade e velocidade de processamento, com a utilização
de retroalimentação, com a identificação dos mecanismos de controle da informação que seriam afetados pela prática.
Considerando que os movimentos da dança dependem de uma interação causal entre ossos, músculos e articulações, um fisiologista pode sugerir formas de como um dançarino pode Melhorar seu desempenho. Mas, tais fatores causais seriam irrelevantes para as razões de um julgamento estético do seu desempenho na dança.
O conceito de intencionalidade (que Abrange o significado como um tipo de intencionalidade) é considerado assunto chave na Filosofia da Mente Contemporânea (Looren de Jong, 1991) ea ele dedicaremos grande parte de nossa reflexão.

DESENVOLVIMENTO MOTOR E MATURAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA


Na adolescência, idade compreendida entre os 10 até os 20 anos ou mais, o comportamento motor esperado é caracterizado pela fase de habilidades motoras especializadas. Depois que crianças alcançam o estágio maduro de um padrão motor fundamental, poucas alterações ocorrem. As mudanças ocorrem na precisão, na exatidão e no controle motor, porém não no padrão motor. O início da adolescência é marcado pela transição e a combinação dos padrões motores maduros. Nesta fase as crianças começam a enfatizar a precisão e a habilidade de desempenho em jogos e movimentos relacionados aos esportes. A habilidade e a competência são limitadas. A segunda fase da adolescência é marcada pela autoconsciência dos recursos físicos e pessoais e suas limitações, e por isso concentra-se em determinados esportes. A ênfase está na melhora da competência.
A maturação progressiva da área pré-frontal continua a ocorrer. A região pré-frontal também está associada aos valores e significados que continuam a ser construídos durante todo o desenvolvimento humano.
Considerando que a região que planeja o movimento, também é aquela que controla os comportamentos sociais e os valores pessoais, a intenção do movimento e o seu significado farão diferença na construção do gesto. A motivação e a intencionalidade farão com que o planejamento motor ocorra de maneira diferente e também que a reação a determinado estímulo seja diferente dependendo do significado pessoal atribuído a ele.
Na terceira fase, ou seja, o estágio de utilização permanente das habilidades adquiridas, os indivíduos reduzem a área de suas buscas atléticas e há uma maior especialização no refinamento de habilidades.
Neste período, onde provavelmente as áreas corticais estão mielinizadas, maduras, as mudanças no comportamento motor são decorrentes da modulação da atividade neural em função da experiência. As vivências motoras modularão a atividade neural tornando-a mais sincronizada e eficiente caracterizando a aprendizagem motora do indivíduo. A atenção continua sendo importante para a aprendizagem motora, porém, o significado do estímulo passa ter ser cada vez mais determinante do que este indivíduo vai ou não aprender com eficiência. Gray et al. (2003) realizou um estudo que investigou o tempo de reação neural (P300) a estímulos relevantes e irrelevantes com a utilização de nomes conhecidos ou não pelo indivíduo. Os resultados indicaram que ao escutar nomes conhecidos o cérebro reagia mais rápido, quando comparados a audição de nomes desconhecidos.
Finalmente na adolescência, os jovens são capazes de selecionar as informações relevantes, ao mesmo tempo que descartam o que é irrelevante em uma gama de informações do meio ambiente. Este estágio é chamado por Ross (1976) de atenção seletiva. Um exemplo para ilustrar este estágio é o de uma criança que aprendeu a andar recentemente e é colocada em uma sala repleta de pessoas. Quando ela caminha em direção aos seus pais, estará olhando para eles ao invés do caminho que deverá seguir, consequentemente poderá colidir com uma outra pessoa e cair. Por outro lado, um adulto não terá dificuldades em caminhar no mesmo ambiente.

terça-feira, 18 de maio de 2010

ADOLESCÊNCIA

A adolescência é a fase de transição no desenvolvimento, entre a infância e a fase adulta. Crianças e adolescentes já não são mais os mesmos. Eles participam avidamente do mundo dos adultos e se transformam nos novos convidados da realidade orgástica do consumo e dos prazeres.
A Adolescência é uma atitude ou postura do ser humano durante uma fase de seu desenvolvimento, que deve refletir as expectativas da sociedade sobre as características deste grupo. A adolescência, portanto, é um papel social. E esse papel social de adolescente, parece sempre ter sido simultâneo à puberdade.
A puberdade tem um aspecto biológico e universal, caracterizada que é pelas modificações visíveis, como por exemplo, o crescimento de pêlos pubianos, auxiliares ou torácicos, o aumento da massa corporal, desenvolvimento das mamas, evolução do pênis, menstruação, etc. Estas mudanças físicas costumam caracterizar a puberdade, que neste caso seria um ato biológico ou da natureza. A puberdade feminina se inicia, em geral, entre 11 e 14 anos, variando esse período de pessoa para pessoa. Em geral, a puberdade tem inicio com a primeira menstruação (menarca), que coincide com o surgimento de uma série de transformações do corpo que já se vinham manifestando na fase conhecida como pré-puberal.
Geralmente a partir dos dez anos a menina cresce vários centímetros em pouco tempo, sua cintura se afina, os quadris se alargam, os seios começam a avolumar-se e surge uma leve pilosidade no púbis e nas axilas.
No menino, as transformações começam um pouco mais tarde, por volta de 13 anos e são muito mais demoradas que nas meninas. Os primeiros sinais dessa transformação são, basicamente, o aumento no tamanho dos órgãos genitais, o nascimento da barba e o aparecimento de pelos na região pubiana, nas pernas, nos braços e no peito.
Esse crescimento dos pêlos depende da genética e varia muito de pessoa para pessoa. Além disso, essas mudanças são acompanhadas de modificação da voz, a qual fica mais grave. O esqueleto se alonga, os músculos se enrijecem, o tronco e os ombros alargam e a pele se torna muito mais gordurosa, o que favorece o aparecimento da acne. É nessa época que os meninos já podem ter sua primeira ejaculação.
Mas a puberdade, tanto no menino quanto na menina, não proporciona apenas mudanças físicas mas, sobretudo, psicologicamente. As alterações hormonais despertam a sensibilidade sexual e, conseqüentemente, é neste período que muitos adolescentes começam esporadicamente a ter relações sexuais. Essas alterações hormonais e as eventuais incapacidades ou relutâncias em adaptar-se às alterações físicas contribuem também para alguns estados de depressão, característicos dos adolescentes. Alternadamente, se observam períodos de intensa energia física, entusiasmo e inquietação sem limites. Também pode se observar, em alguns casos, uma reação de rebeldia, de oposição e irritabilidade. Apesar da maioria dos adolescentes ser dependente economicamente dos pais, normalmente eles sentem grande desejo de exprimir a sua própria personalidade, formar o seu caráter definitivo.
A Puberdade Precoce nas meninas proporciona o desenvolvimento precoce das mamas, pêlos pubianos e axilares e a ter menstruações. Nos meninos, a Puberdade Precoce faz com que o pênis e os testículos se tornem mais desenvolvidos, podendo surgir também pelos axilares e pubianos. A maioria dos atrasos da puberdade é de causa puramente emocional, onde a criança se "nega" a crescer e a se desenvolver, relutando em abandonar o corpo e os prazeres da vida infantil, ou então aparece como resposta às privações de estímulos ambientais.
A adolescência não é marcada apenas por dificuldades, crises, mal-estares, angústias. Ao se abandonar a atitude infantil e ingressar no mundo adulto, há uma série de acréscimos no rendimento psíquico. O intelecto, por exemplo, apresenta maior eficácia, rapidez e elaborações mais complexas, a atenção pode se apresentar com aumento da concentração e melhor seleção de informações, a memória adquire melhor capacidade de retenção e evocação, a linguagem torna-se mais completa e complexa com aumento do vocabulário e da expressão.
Quando o adolescente de ego agigantado se depara com forças contrárias, ocorrerá a inevitável disputa para ver quem pode vencer. Isso é plenamente normal ocorrendo, inclusive, na natureza animal. Ocorrendo o confronto de maneira saudável, o adolescente internalizará o valor desta experiência de forma positiva, o qual passará a fazer parte de sua identidade. Caso o confronto migre para o trauma, perderá seu valor e o processo todo perde sua função, apenas dando lugar à mágoa e ressentimentos que normalmente se descarregam sob a forma de agressão, raiva, disputa, etc.
Há um processo contínuo de desenvolvimento do aparelho psíquico entre as várias fases da vida da criança e do adolescente. A adolescência vai se caracterizar pelo afastamento do seio familiar e conseqüente imersão no mundo adulto. Nessa fase, a pessoa se deixa influenciar pelo ambiente de maneira muito mais abrangente que antes, onde seu universo era a própria família.
À medida que os vínculos sociais vão se estabelecendo, um conjunto de características vai sendo valorizado, desde características necessárias para ser aceito pelo grupo, até características necessárias para expressar um estilo que agrada a si próprio e ao outro.
Durante muitos anos acreditou-se que os adolescentes, assim como as crianças, não eram afetadas pela Depressão, já que, supostamente, esse grupo etário não tinha problemas vivenciais. Como se acreditava que a Depressão era exclusivamente uma resposta emocional à problemática existencial, então quem não tinha problemas não deveria ter Depressão. A Depressão é uma doença como tantas outras da medicina, sem motivos para vergonha e com real necessidade de tratamento, assim como a medicina faz com a asma, gastrite, hipertensão, etc. Como ocorre com qualquer outra doença, algumas pessoas são mais suscetíveis que outras, além disso. Embora as tensões da vida cotidiana do adolescente sejam importantes fatores para o aparecimento da Depressão muitos jovens passam por acontecimentos desagradáveis sem desenvolver Depressão. A tristeza, comum nos momentos de reflexão da adolescência, é uma experiência normal que geralmente não progride para Depressão se a pessoa não tiver outros requisitos emocionais propícios ao desenvolvimento do transtorno afetivo.
Muitos jovens deprimidos podem se beneficiar de um programa de tratamento adequado. O primeiro passo, evidentemente, é procurar a experiência de um profissional capacitado para diagnóstico, aconselhamento, tratamento e ajuda. Juntamente com o adolescente, os familiares e o médico podem chegar a uma decisão sobre o tipo mais adequado tratamento para o paciente. Para alguns adolescentes, o aconselhamento pode ser a única terapia necessária.

sábado, 8 de maio de 2010

ATIVIDADES RITMICAS E DANÇA



Ritmo é vida e esta particularmente ligado à necessidade do mundo moderno, onde cada ser vivo, possui um ritmo próprio. Ao observarmos crianças brincando, analisamos que nela existe ritmo, seus movimentos são executados de forma natural, livres e espontâneos, isentos e tensão.
Deve ser estimulado nas crianças o sentimento do seu ritmo corporal através de experiências sensoriais e motoras. O trabalho rítmico busca, através de praticas lúdicas e desafiadoras, criar condições objetivas para que o individuo amplie seu universo sonoro, que estabeleça diversas relações entre som e movimento e que identifique os vários tipos de ritmos e os apreenda da melhor maneira que lhe convier, em função de suas necessidades. A melhor apreender a percepção espaço-temporal e, conseqüentemente, a conhecer o seu mundo, o mundo dos objetos, o mundo dos outros e a realidade à qual pertence.
Entre pessoas consideradas normais encontramos indivíduos incapazes de repetir os ritmos propostos, ou se executarem, naturalmente, movimentos dentro de um tempo rítmico certo.
A Atividade Ritmica pode se usar movimentos naturais, livres e espontâneos, onde exprimem um certo ritmo e são conhecidos como movimentos de expressão espontânea, classificados como formas livres (traduzidas pelo ritmo próprio, são improvisadas pelas, partindo dos elementos simples combinados entre si, de maneira espontânea) e de formas fixas (fazem parte danças, brinquedos, cantigas, movimentos ginásticos, bandas rítmicas, percussão corporal, etc). A utilização dos impulsos rítmicos baseados na percepção dos gestos conhecimentos musicais e acompanhamento rítmicos, através do emprego de instrumentos musicais de percussão e aparelhos ginásticos, facilita a execução de um exercício ou dança aperfeiçoam a sua execução rítmica.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO NA APRENDIZAGEM DE HABILIDADES NA IDADE ESCOLAR

A aprendizagem de qualquer habilidade motora requer a seleção de informações que podem estar contidas no meio ambiente e/ou fornecidas pelo professor ou técnico. Para que esta informação seja repetida, para posterior interpretação e possível armazenamento na memória de longa duração, o processo de atenção é fundamental.
A atenção de uma maneira abrangente pode ser definida como o processo que direciona, seleciona, alerta é um termo global utilizado para definir vários processos que variam da concentração à vigilância. O mecanismo da atenção possuía uma capacidade fixa para processar informações e cada vez que esta capacidade fosse ultrapassada pelos requerimentos da tarefa, a “performance” decairia (Kahneman, 1963).
A atenção seletiva pode ser definida como a habilidade do individuo dirigir o foco da atenção à um ponto em particular no meio ambiente (Ladewig, Gallagher & Campos, 1994). A atenção seletiva atua no processo de codificação das dicas especificas relacionadas a tarefa e também, como controladora do processo que mantém informações relevantes na memória de curta duração. O problema de falta de atenção na aprendizagem pode atingir indivíduos de toas as idades porém é nas crianças, principalmente na faixa etária dos 5 aos 8 anos de idade, que podemos considerar como um período critico. É nesta faixa etária que elas são tidas ou mais conhecidas “por prestarem a atenção”. Entretanto, é a partir desta idade que se inicia o desenvolvimento da habilidade de atender e selecionar informações contidas no meio ambiente.
Desenvolve-se em estágios, onde o primeiro estágio (exclusivo) bebês e crianças muito jovens são atraídas por um único estímulo. Por exemplo, o bebê que fica brincando com o chocalho vários minutos, ignorando os outros brinquedos que estão ao seu redor. Da atividade mais simples à mais complexa, as crianças estão expostas constantemente a uma variedade de experiências onde é extremamente importante selecionar corretamente informações (dicas) relevantes à tarefa. A partir do momento que as crianças não desenvolvem completamente as estratégias da atenção seletiva até alcançarem á adolescência, a sua “performance” pode ser afetada caso não consiga selecionar corretamente as diversas informações de caráter proprioceptivas e exterioceptivas disponíveis no meio ambiente da atividade que estão realizando.